segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Reflexões sobre a ética na pesquisa científica

                                               
As questões éticas estão se tornando um foco de interesse em todas as áreas da atividade humana. Muitos artefatos desenvolvidos a partir de conhecimentos científicos trazem avanços, resolvem problemas e repercutem na qualidade de vida. Mas, a cada novo problema resolvido, quase sempre surgem questões éticas associadas às soluções encontradas e seus desdobramentos.
As questões éticas ligadas à pesquisa podem ser vistas sob dois ângulos. O primeiro, refere-se aos impactos do uso de conhecimentos científicos na vida humana. O segundo, refere-se à forma ou meios de obtenção do conhecimento no ambiente da pesquisa científica.
Em relação aos impactos na vida humana, a pesquisa científica suscita questões éticas como: a solução encontrada respeita o ser humano em seus aspectos físico, moral e psicológico? Em sua autonomia? Em seus direitos? Em sua liberdade? Já em relação aos meios de obtenção do conhecimento, as questões éticas relacionam-se à conduta e atitude do cientista: os dados usados são confiáveis? O pesquisador teve atitude ética de respeito às pessoas envolvidas? Foi fiel aos dados obtidos?  Há referências às fontes de informação? Algum dado foi “fabricado”?
Esse último aspecto chama a atenção pela quantidade de questões éticas surgidas ultimamente nos meios de produção científica. São tantos, que justificaram a criação de órgãos de avaliação da pesquisa científica, sob o ponto de vista ético. Uma das maiores organizações para essa finalidade é o Office of Research Integrity – ORI –  Escritório de Integridade na Pesquisa (www.ori.hhs.gov) – criado pelo Departamento de Saúde do governo Americano em 1992, com o objetivo de promover a ética e integridade na pesquisa, na área da saúde.
A partir da década de 1990, organizações e comitês de ética na pesquisa, resumiram em três palavras os pecados capitais da conduta irresponsável no meio científico: a mentira, a falsificação e o plágio. É a trilogia da impostura científica.
O site www.ori.hhs.gov mostra casos recentes de fraudes assumidas por cientistas renomados em vários países: Austrália, Canadá, China, Alemanha, Índia, Israel, Japão, Noruega, EUA, etc. São pesquisadores que perderam suas credenciais, foram desligados de suas instituições e ainda levaram junto, para o descrédito, alunos-pesquisadores com suas teses e publicações anuladas. São casos de cientistas que falsificaram dados, cometeram plágio, ignoraram dados contrários a trabalhos anteriores ou simplesmente não documentaram suas pesquisas.
Os impactos de condutas irresponsáveis no meio científico são muitos: perda de confiança do público na pesquisa científica, desconfiança mútua entre pesquisadores, além do inevitável descrédito. É desalentador vermos pensamentos e atitudes contrários à ética se espalhando no ambiente científico, seguindo o ritmo da decadência moral que assola a humanidade. É um abalo preocupante nas bases de uma instituição das mais confiáveis ao longo da história.  
A presença da impostura no ambiente mental do mundo foi apontada, pela primeira vez, por González Pecotche em 1959 (O Senhor De Sándara, p. 468), quando resumiu na falsidade, mistificação e embuste a trilogia do que ele chamou de Grande Impostura. Ao que parece, essa trilogia está se reproduzindo em todos os ambientes mentais do mundo, incluindo o científico.
A ocorrência de condutas irresponsáveis no mundo científico não é, de modo algum, uma falha ou problema da Ciência em si, mas é uma deficiência de natureza psicológica do ser humano, neste caso, dos cientistas, que afeta sua condição moral e ética. Para a honra do gênero humano, ainda é maior o número de cientistas e pesquisadores sérios e responsáveis. Prevalecem aqueles que edificaram, com uma conduta ética elevada, um conceito de respeito e credibilidade. Até agora, está vencendo a trilogia da verdade, clareza e honestidade. Uma vitória que precisa ser mantida e ter sua vantagem ampliada, para o bem e defesa do nosso próprio futuro.
Eduardo F. Barbosa - Dezembro/2011

A internet e o exercício de pensar



Quem não fica impressionado quando faz uma pesquisa na internet e tem como respostas exatamente o que estava procurando? Simples coincidência? Ou o sistema é muito eficiente?
Se pensarmos que as primeiras respostas mostradas são algumas entre milhões de itens que estão nas bases de dados da Internet, podemos descartar a simples coincidência. Então, ficamos com a eficiência do sistema. Mas seria uma “eficiência” isenta de manipulações do sistema de busca? Ou o mecanismo de busca tem meios para escolher o que quer nos mostrar?
O fato é que pessoas diferentes podem ter respostas diferentes, mesmo usando palavras iguais na pesquisa. Isso significa que o sistema de buscas cria um perfil a partir de consultas anteriores – histórico de buscas – e conhece nossas preferências. Significa também que o sistema pode escolher o que quer nos mostrar em primeiro lugar, tendo como base o nosso perfil de buscas. Isso é bom ou ruim? Depende.   
Olhando pelo lado da necessidade de respostas sobre temas muito específicos, as buscas podem ficar ainda mais eficientes. Mas, como fica a preservação da privacidade individual? Dados enviados por você são acumulados pelo sistema e definem suas preferências. Isso explica porque as pessoas recebem respostas diferentes para a mesma busca. Para comprovar basta comparar nossa pesquisa com a de um colega, sobre o mesmo termo, cada um usando seu computador. Esse fato também explica porque algumas pessoas recebem anúncios, ofertas e sugestões diferentes de outras. É a personalização da tecnologia da informação.
Os sistemas de buscas mais populares declaram que usam o perfil do usuário, mas oferecem a opção de desativar a criação desse perfil, usando uma janela anônima. Contudo, não há garantias de que essa desativação impeça que seu perfil continue sendo levantado e – o pior – sendo usado para fins diversos, incluindo a comercialização de seus dados e preferências. Mesmo com a opção de histórico desativada, tudo que é digitado continua sendo enviado ao sistema.
Quais as conseqüências da personalização de buscas na Internet? Uma delas é que nossas preferências são reforçadas, assim como nossas opiniões sobre determinado assunto. Por exemplo: se você costuma fazer pesquisas na internet em busca de publicações sobre os impactos do aquecimento global, é provável que receba indicações de sites que reforcem esta idéia. Já alguém que faz buscas de publicações que defendem a ideia de que o aquecimento global é um mito, tem maior probabilidade de receber indicações de sites que reforcem este ponto de vista.
Se formos expostos a pensamentos e idéias que apenas reforçam as que já temos, evitando visões diferentes da nossa, vamos estimular a inércia mental. A inteligência não tem que pensar, analisar, comparar e se posicionar criticamente diante do assunto em foco. Alguém pode argumentar, dizendo que a personalização de buscas é boa para os especialistas. O sistema daria respostas sempre dentro do assunto de sua especialidade. É verdade. Mas, ainda assim, não seria valioso conhecer preferências diferentes da sua? Afinal, a quem interessa essa personalização?
É ainda cedo para avaliar as conseqüências de longo prazo do potencial de manipulações das tecnologias da informação. Mas há motivos suficientes para ficarmos atentos a essas sutilezas dos sistemas que usamos, às vezes sem perceber sua influência sobre nossa maneira de pensar e ver a realidade. Vale lembrar que o perfil de uma cidade, uma região ou de um país inteiro pode ser levantado e usado, com a mesma facilidade, para direcionar, seletivamente, o fornecimento de informações a grandes comunidades. Está disponível, portanto, um poderoso meio de influência, para o bem ou para o mal, dependendo de quem estiver no comando.
Conclusão: nunca foi tão necessário aprender a pensar. É a melhor defesa que podemos criar contra os riscos do engano, quando o assunto é a manipulação da informação. E o exercício de pensar não requer instalações especiais, equipamentos complexos, nem custa caro. É uma função da inteligência que está à nossa disposição o tempo todo e em qualquer lugar para resolver, criar, decidir, analisar e selecionar.
Essas reflexões indicam a necessidade de ensinar aos jovens a usar bem seu mecanismo pensante, tão útil para preservar sua integridade física, moral e psicológica, em um mundo cada vez mais complexo e dependente do uso inteligente de sistemas de informação.

Eduardo F Barbosa - Dezembro/2011
Para  ver outros aspectos relacionados com esse tema, acesse o TED.COM





segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Voce sabe pensar, ou segue a corrente?

Em todas as épocas e lugares, a juventude foi sempre sinônimo de renovação e mudança. A partir da adolescência, com o despertar da razão, surgem os questionamentos, as contestações, as famigeradas “rebeldias”.
Acontece, porém, que o jovem segue dependendo muito dos maiores, dos que têm a experiência que a ele ainda falta. Nada mais natural. Por isso mesmo, as bandeiras das “revoluções” juvenis foram sempre fabricadas por mentes de adultos que se apresentam como líderes de religiões e de movimentos políticos, próceres de ideologias extremistas e de modismos excêntricos, escritores carismáticos, filósofos do pró e do contra, e por aí vai.
Quem se considera fanático?
Grande número de jovens, a partir da mais tenra infância, tem na família e na escola as instituições cuidadosas por excelência da tarefa de criar crentes, e não pensadores. Mais tarde, os ídolos da juventude não fazem outra coisa.
A esses adultos nunca interessou ensinar aos jovens como pensar por si mesmos. Mais não fazem do que encher as mentes juvenis de pensamentos seus, pensamentos alheios, pois o propósito é a submissão, é engrossar os rebanhos deste mundo, nos quais o que vale é a obediência à voz de comando, à voz do dono.
Mas os jovens fanatizados veem isso? Quem se considera fanático? Fanáticos existem, é verdade, mas são sempre os outros...
Aprender a pensar desde criança
 Você sabe a diferença entre pensar e pensamento? Difícil? Não desanime! Descartes não sabia. Para o famosíssimo filósofo francês – autor da igualmente famosa sentença “Penso, logo existo” –, pensar e pensamento, eu e coisa, são termos sinônimos que concorrem para um mesmo fim.
Para Ana Gabriela Carvalho de Souza (23), formada em Comunicação Social e atualmente cursando o 1º período de Pedagogia, “de pouco adiantará, por exemplo, termos uma supermáquina se não soubermos utilizá-la. Nada mais óbvio. E essa mesma conclusão óbvia se aplica à máquina mais completa e mais poderosa que existe: nossa extraordinária mente”.
Luís Fernando S. de Abreu Chagas (19), do 3º período de Engenharia Mecânica, compreende que “aprender a pensar é vital para o futuro da vida psicológica, moral e espiritual de todo jovem e, portanto, para o futuro da própria vida humana na Terra”. Diz isso porque, segundo já concluiu, “muitas já foram as tentativas de modificar o mundo, mas todas falharam e haverão de falhar, por não partirem do próprio homem, do homem que saiba pensar, que seja livre para pensar, do indivíduo”.
Explicando como pensa que isso se daria, Luís Fernando adiciona: “Se a humanidade é constituída de homens e mulheres, o mundo só mudará quando esses homens e essas mulheres mudarem, e para isso terão que aprender a pensar sendo ainda crianças e jovens, antes que seja tarde demais.”
O mais sério engano
Para a Logosofia, pensar é um processo mental de elaboração, enquanto pensamento é coisa pronta, já pensada por você ou por outra pessoa. Compreendendo isso, você também compreenderá que, se tiver a mente o dia todo ocupada com mil assuntos, isso nem sempre significará que você esteve pensando. Você pode, simplesmente, ter usado o que chamamos de “coisa pronta”, os pensamentos, que tanto podem ser seus como originados em outras mentes.
Que tal passar a vida com a mente abarrotada de pensamentos alheios, acreditando ingenuamente estar sabendo pensar? Quer engano mais sério do que este?
Quem aprende a pensar faz a diferença
No mundo inteiro, por exemplo, os jovens  fanáticos de uma seita qualquer, de  uma corrente ideológica, de um livro sagrado,  de um ídolo artístico, esportivo, literário,  político ou religioso, são mansos veículos  de pensamentos alheios, de “coisas  prontas” elaboradas em cada uma dessas  fontes. 
São meros intérpretes de pensamentos dos outros, de pensamentos que mandam e desmandam na vida de quem os aceitou sem questionar, sem duvidar de nada, sem pensar. 
Diferente é quando a juventude aprende a pensar de verdade, começando por enxergar  a diferença enorme que existe entre os pensamentos e a função de pensar. Cada  jovem, então, comprova que os pensamentos constituem verdadeiras entidades  psicológicas animadas e podem ser próprios ou alheios, positivos ou negativos, intermitentes  ou obsessivos, autônomos ou dependentes da vontade e da inteligência. 
(Fonte: Revista Logosofia, no. 16, p. 36, Belo Horizonte, 2010)

domingo, 16 de outubro de 2011

ENEM 2011 - Dicas para a prova

Caros alunos,
Voces já viram o site  http://www.sitedoenem.org/ ?
Se não, acho que vale a pena.
Um abraço,
Eduardo

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Projetando e construindo o próprio futuro

Caros alunos,
Estamos há poucas semanas do final do ano letivo. No ano que vem é provável que voces estejam percorrendo diferentes caminhos na vida acadêmica e no preparo para a  profissão. Mesmo assim, pelo menos em alguns aspectos do caminho voces terão pontos em comum. Refiro-me ao fato de que cada um quer ser uma pessoa de bem, produtiva, inteligente, capaz, mais humana, alegre, feliz e com muitas realizações em outros campos da vida, além da profissão.
Então, sabendo que temos em comum aspirações que dão sentido e conteúdo à vida, pergunto-lhes o que acham de planejarmos um encontro de toda a turma para daqui a, digamos, 5 anos? Além da alegria que os reencontros proporcionam, essa iniciativa pode estimular a cada um a estabelecer objetivos para um futuro próximo. Além disso, cada um poderá fazer um planejamento pessoal para alcançar o que definiu como objetivo. Então, que tal transformarmos esta ideia em um projeto? Será um projeto onde voces serão os atores e executores principais.
Se estiverem de acordo, temos que nos organizar para que a idéia seja bem estruturada e planejada. Tem muita coisa para pensar e organizar, desde o título do projeto, até as equipes responsáveis pelo acompanhamento periódico da turma, manter a comunicação entre todos, trocar idéias entre os colegas para estímulo mútuo, dicas de planejamento e realização pessoal, documentação da experiência, etc. Faz parte da idéia, cada um escrever uma carta para si mesmo, para ser aberta daqui a 5 anos, mencionando o que gostaria de ser, fazer, conhecer ou ter.
Como voce gostaria de ser em dezembro de 2016? Que características pessoais gostaria de mudar? Que conquistas espera alcançar? De que recursos vai precisar para conseguir chegar onde quer? Até lá, já passamos pela Copa de 2014 e pelas Olimpiadas de 2016. Parece que é muito tempo... mas 5 anos passam muito rápido.
Gostaria que pensassem nessa ideia para conversarmos sobre ela na próxima aula.
Um abraço,
Eduardo

"A vida humana é uma sucessão ininterrupta de curtos lapsos de duração, cada um deles fragmentado em três períodos: o que se emprega em projetar, o que se destina à ação e o que exige a espera."
"Duvido que existam momentos de maior sublimidade, e de efeitos felizes mais duradouros, do que os vividos durante a concepção de uma ideia ou de um projeto". (Gonzalez Pecotche, "O Senhor de Sandara", p. 172)

domingo, 18 de setembro de 2011

Mitos e segredos da felicidade

A felicidade, assim como os meios para alcança-la, sempre foram temas da atualidade.  
Se perguntamos a qualquer pai ou mãe sobre o que deseja para os filhos, a resposta é imediata: “Só quero que sejam felizes”. Essa resposta mostra que a felicidade é vista, na sociedade moderna, como a maior realização de um indivíduo.
Nos dias de hoje, devido à influência de muitos conceitos e idéias que giram no ambiente mental das grandes comunidades, há muitas pessoas que se sentem pressionadas para serem felizes. Paradoxalmente, essa mesma pressão pode ser um obstáculo no caminho para uma vida melhor e mais feliz.
Comumente, a felicidade é buscada focalizando o olhar para um único ponto. Se este ponto fracassa, sobrevém a decepção, a tristeza, a dor. A felicidade seria um ponto ao final de um caminho? Seria o resultado de novas posses? Como tornar um momento feliz em algo duradouro? Como conciliar a aspiração de ser feliz com as adversidades e momentos difíceis, naturais na vida de qualquer pessoa?
A sociedade moderna desenvolveu a noção de que a felicidade é um objetivo tangível e não um horizonte que norteia nossas ações, colocando, muitas vezes, o ter acima do ser como condição para ser feliz. Seria essa mudança de conceito mais favorável ao sucesso na busca da felicidade? Ou essa mudança está dificultando a conquista da felicidade? (Ref.: Revista Época, no. 679, maio/2011)

Este é o assunto da próxima aula. 

Como preparo, responda a uma das colunas do quadro abaixo e leia o Texto #3 na seção de “Novos textos”.
Depois de ler o texto, faça um resumo do conceito de felicidade e das recomendações práticas para ser feliz que o texto apresenta.

Em minha opinião, a felicidade é algo que pode ser alcançado pelas pessoas. Meu conceito de “ser feliz” é... (completar abaixo). Penso que a felicidade pode ser conquistada principalmente por meio de... (completar)



Do jeito que a felicidade é vista no mundo atual, penso que a felicidade é um mito, algo impossível de ser alcançado. Em minha opinião, os principais motivos que tornam impossível a conquista da felicidade são:






domingo, 11 de setembro de 2011

Voce sabe o que é "xenofobia"?

Xenofobia no Brasil e no mundo
Fonte: Blog “Ciência e Sociedade” 
Xenofobia é uma palavra de origem grega que significa antipatia ou aversão a pessoas e objetos estranhos. O termo tem várias aplicações e usos, o que muitas vezes provoca confusões em relação ao significado. A xenofobia como preconceito acontece quando há aversão em relação à raça, cultura, opção sexual, etc.
 Em outra abordagem, o termo é usado para designar uma doença psiquiátrica, o indivíduo portador possui medo excessivo de situações e pessoas estranhas. De forma mais sintetizada, é o temor de uma pessoa em relação a tudo que é diferente para ela; exceto os casos de medo natural do desconhecido; nesse caso não é considerado xenofobia. 
A xenofobia, como doença, é considerada uma perturbação psicológica de característica fóbica; sua principal característica é a elevada ansiedade desenvolvida a partir de situações vividas por um indivíduo quando se depara com um fato inédito ou estranho. 
Pessoas que possuem esse distúrbio geralmente evitam ter contato com outros indivíduos estranhos, essa atitude tem como objetivo poupar o xenófobo de angústia, ansiedade, elevação da tensão arterial e freqüência cardíaca, além de apresentar ataque de pânico.
Xenofobia no Mundo
O apartheid é um bom exemplo que pode ilustrar a gravidade desse tipo de preconceito na história. Nascido na década de 40 na África do Sul, o apartheid foi um movimento de segregaçao racial, no qual limitou-se o direito da maior parte da população, que é negra. O regime terminou na década de noventa, depois de anos de luta da papulação negra. Após tanto tempo de sofrimento da populaçao africana e luta pela igualdade, resurge na Africa do Sul movimentos xenofobicos, agora não mais devido a cor da pele, mas sim contra imigrantes de países vizinhos.
Movimentos xenofobicos contra imigrantes são frequentes em paises desenvolvidos, como por exemplo nos EUA, onde o preconceito é praticado até pelo governo, com construções de muros na froteira com o México.
Xenofobia no Brasil
A inexistência de xenofobia no Brasil, é um folclore, assim como a democracia racial. A verdade é que xenofobia existe por aqui desde o final do século 19. Nessa época, ela era mais violenta em relação aos portugueses, mas atingia também outros imigrantes: espanhóis, italianos, sírios etc., que disputavam o mesmo mercado de trabalho com os brasileiros.
No início do século 20, chovem acusações contra estrangeiros ditos perturbadores da ordem da República. Foram tomadas medidas repressoras, como as sucessivas leis do senador Adolfo Gordo a partir de 1907, determinando a deportação de militantes anarquistas quando de origem imigrante.
Durante a ditadura militar instituída pelo golpe de 1º de abril de 64, os comunistas também foram caracterizados como propagadores de ideologias exóticas, "estrangeiras", contrárias à pátria. A xenofobia, na verdade, é muito útil aos tiranos, pois faz com que trabalhadores se voltem contra trabalhadores estrangeiros, em vez de se unirem como classe, contra seus exploradores. O fato é que a pátria e o nacionalismo não são mais que mentiras que a classe dominante utiliza para isolar trabalhadores de nacionalidades diferentes. Os exploradores sabem que, somente iludindo e separando os explorados, poderão mantê-los sob seu domínio.
Questões para reflexão:
1. Quais as possíveis causas da xenofobia como preconceito social e como distúrbio psicológico?
2. Que deficiências na formação ou educação do indivíduo poderiam contribuir para o surgimento do comportamento xenofóbico?   (Por ex.: ausência do conceito do que é o ser humano)
3. Você concorda que os temores e aversões causados pela xenofobia, como preconceito social, podem ser usados como mecanismo de dominação de grupos sociais? 


domingo, 4 de setembro de 2011

Fatores que movem a vontade

Criando estímulos para a vida acadêmica e pessoal

Em geral, toda pessoa que busca realizar-se na vida acadêmica, profissional ou pessoal, deve envolver-se com atividades e tarefas que levam à concretização de seus projetos ou ideais.
Essas realizações, para serem alcançadas, dependem de vários fatores, como: tempo, vontade, decisão, boa disposição, conhecimento e energias físicas e psicológicas. Isso significa que toda pessoa precisa de estímulos para as realizações que quer (ou precisa) alcançar na vida.  

Este é o tema da nossa próxima aula. Como preparo, sugiro que voce pense e anote suas reflexões sobre as seguintes questões

1) A vontade é movida por dois fatores: a necessidade e o estímulo. Que diferenças você vê entre estudar ou fazer uma tarefa por necessidade e fazê-la por estímulo?
2) Voce acha que é possível transformar uma necessidade em algo estimulante? Como?
3) Em geral, as pessoas esperam que o estímulo para fazer algo, realizar um trabalho ou tarefa, um projeto, etc., venha dos outros. O que posso fazer para criar meus próprios estímulos?
4) Ter grande capacidade mental (inteligência) não significa ter também grande capacidade de fazer as coisas (vontade). Voce concorda com esta afirmação? Justifique.


Veja aqui slides da palestra sobre "Fatores de Motivação e Realização na Vida Acadêmica, Profissional e Pessoal"

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Como voce define a palavra "mente"?

Já pensou alguma vez sobre o que é a mente? 
Que importância você atribui ao pensamento em sua vida? 
Você já pensou que pode ser feliz ou infeliz conforme os pensamentos que tem na mente?
E que, se escolher os melhores, terá ventura e evitará muitos sofrimentos, enquanto que, se escolher os piores, sua vida se tornará amarga? 
Você acha que é impossível distinguir uns dos outros?
Em nosso conceito, não só é possível, mas também é a maior prerrogativa que o ser humano pode ter.
Veja o texto #2 e conheça algumas noções elementares sobre a mente e os pensamentos.

sábado, 27 de agosto de 2011

Voce sabe o que é "sobrecarga da informação"?

Faça uma pesquisa com a expressão "sobrecarga de informação" ou "information overload" (inclua as "aspas" na linha de entrada da pesquisa). Depois assista aos vídeos abaixo:
1. Information overload
2. Suffer from Information overload syndrome
Que relação voce faz com os textos postados anteriormente no Blog?


sábado, 20 de agosto de 2011

Como o Google pode afetar o cérebro

A Internet pode ser um perigo para a memória

A internet produziu transformações espetaculares nas sociedades na última década, mas a mais profunda delas só agora começa a ser estudada pela ciência.
Um dos estudos mais completos publicado recentemente foi motivo de reportagem da Revista Veja (20/7/2011). Conduzido pela psicóloga Betsy Sparrow, da Universidade Columbia, e por outros dois colegas, mostra que a memória processada pelos 100 bilhões de neurônios do cérebro está se adaptando rapidamente a era da informação imediata. Uma das conclusões da pesquisa é de que nós nos preocupamos menos em reter informação porque sabemos que elas estarão disponíveis na internet. Em lugar de guardar conhecimento, preferimos guardar o local na rede onde eles estão disponíveis. A internet se tornou uma memória externa e, aparentemente, está tornando a inteligência mais preguiçosa. “O cérebro precisa de impulsos para se desenvolver – quanto mais variados, complexos, harmônicos e desafiadores eles forem, mais humanamente melhor o cérebro se tornará.”
Na frase genial do brasileiro Miguel Nicolelis, “o cérebro é uma orquestra sinfônica em que os instrumentos vão se modificando à medida que são tocados”.
O cérebro é uma estrutura que aprecia desafios e se transforma com eles. Facilitar sua atividade pode, como mostra o estudo da pesquisadora Sparrow, torná-lo mais preguiçoso e menos ávido por se aperfeiçoar.
Os céticos das teorias de que a internet está mudando radicalmente o cérebro humano sustentam que a história está cheia de exemplos de novas tecnologias que foram recebidas com desconfiança que, posteriormente, se mostrou infundada. Na Grécia Antiga Sócrates lamentou a popularização da escrita.  Ele defendia a tese de que a substituição do conhecimento acumulado no cérebro pela palavra escrita tornaria a mente preguiçosa e prejudicaria a memória.
Talvez a salvação de nossa orquestra cerebral nos tempos da internet venha pelo mesmo caminho: a intensa troca de conhecimento e experiências.
(Veja aqui entrevista com a psicóloga e pesquisadora Betsy Sparrow)
O americano Nicholas Carr publicou artigo na revista The Atlantic dizendo que, talvez a rede mundial estivesse nos idiotizando. Ele contava que como usuário intensivo da internet, vinha observando que sua capacidade de concentração e contemplação já não era a mesma. Ler um livro estava virando um sacrifício
Abaixo sua entrevista a Veja (Edição de 20/7/2011):
O que o senhor achou da pesquisa que mostra que o cérebro tende a esquecer o que pode ser achado facilmente na Internet?
A pesquisa é fascinante. Ela mostra a enorme plasticidade do cérebro. Claro que a memória humana já passou por mudanças com o advento de outras tecnologias de comunicação e informação, mas nunca tivemos à nossa disposição um estoque tão vasto e tão fácil de acessar como a internet. Talvez estejamos entrando numa era em que teremos cada vez menos memórias guardadas dentro do cérebro.
Quando descarta a memória fácil de recuperar e armazena a memória que pode sumir, o cérebro está sendo inteligente?
Não. Acho isso perigoso. A perda de motivação para memorizar informações pode degradar nossa capacidade cognitiva. Na história humana, sempre guardamos memórias em lugares externos, fora do cérebro. A diferença, agora, é que a internet é imensa. O cérebro pode descartar um enorme volume de informações. Ou seja: no passado, tínhamos lugares externos para complementar nossa memória; agora, a internet pode substituir nossa memória. É um perigo. A memória fora do cérebro não é igual à memória dentro do cérebro. O que guardamos na cabeça nos permite fazer associações, conexões, aprofundar o conhecimento, elaborar, reelaborar. É isso que nos torna únicos.
Sócrates, o filósofo grego, reclamava do advento da escrita, dizendo que era um estímulo ao esquecimento. A internet não é a mesma coisa, em uma nova escala?
Há uma diferença importante. Sócrates reclamava do ato de escrever antes de a forma do livro ter sido inventada. Ele estava certo no estímulo ao esquecimento proporcionado pela escrita, mas a chegada do livro ajudou a ampliar a memória humana ao contribuir com o aumento de nossa atenção, da nossa capacidade de concentração. É possível que a internet, em algum momento no futuro, também seja complementada por outra invenção ou comece a ser usada de um jeito diferente, de modo a passar a exercer um papel semelhante ao que o livro teve para a escrita. Mas examinando-se a história da internet nos últimos vinte anos, o que se vê vai na direção contrária. Cada vez mais, a maioria das pessoas usa a internet para ter acesso a informação rápidas, curtas.
"Acho que, ao usar tanto meu computador para navegar na rede, acabei treinando o meu cérebro para de distrair, mudar o foco, dividir a atenção rapidamente. Para ler um livro, tenho de combater esse novo instinto"
O senhor acha que a internet está mudando nosso modo de pensar?
Sem dúvida. A internet estimula certos modos de pensar e desestimula outros. O pensamento atento, focado, concentrado é algo que ela claramente desencoraja. A internet estimula o usuário a folhear, passar os olhos, não a mergulhar com profundidade. Com a rede, nosso conhecimento está mais amplo, mas mais superficial.
Ao mudar seus hábitos on line, o senhor conseguiu recuperar a concentração necessária para ler um livro como Guerra e Paz?
Consigo ler, mas é mais difícil do que antes. Tenho de fazer um esforço. Posso sentir minha cabeça resistindo contra ficar focada num conjunto de páginas por determinado período. Acho que, ao usar tanto meu computador para navegar na rede, acabei treinando meu cérebro para se distrair, mudar de foco, dividir a atenção rapidamente. Para ler um livro, tenho de combater esse novo instinto.
Seu artigo publicado na revista The Atlantic indagava se o Google estava nos tornando idiotas. O senhor chegou a uma resposta?
Escrevi o artigo, mas o título quem deu foi um editor da revista. Eu não usaria a palavra “idiotas”. No fim das contas, acho que o Google, ou a internet de modo mais geral, está nos tornando superficiais como pensadores. Trato disso no meu último livro. Em algum momento deste ano, deve ser publicado no Brasil, inclusive.
Qual a editora?
Espere um momento... Só um momento...
O senhor está consultando a internet?
Pois é, estou conferindo no site do meu livro.
Ainda bem que a internet existe, não?
Mas acho que se eu estivesse sem acesso à internet eu conseguiria me lembrar. Está aqui, é Ediouro.
(Veja aqui o texto completo - Rev. Veja, 20/7/2011, pág. 86)


Tarefa: após a leitura do texto, reflita sobre as seguintes questões (sugestão: converse com colegas, seus pais, professores, veja outros textos relacionados, etc.) e traga suas respostas para discussão na próxima aula (Veja também no Blog o texto “Cérebro de pipoca”)
  1. O que você geralmente busca por meio da Internet: dados, informações ou conhecimentos?  Voce sabe distinguir claramente as diferenças entre esses três conceitos? Que recursos você usa para evitar as conseqüências do excesso informação em suas pesquisas?
  2. Você tem evidências que confirmam (ou não) as afirmações do texto sobre os impactos das novas tecnologias da informação sobre o cérebro humano?
  3. Você vê alguma diferença entre “influenciar o cérebro” e “influenciar a mente”? Quais?
  4. Você considera que o uso de recursos de pesquisa, como o Google, facilita sua aprendizagem? Justifique sua resposta.
  5. Os computadores estão sendo utilizados cada vez mais nas escolas e na rotina diária dos alunos. Entretanto, não há evidências conclusivas de que seu uso contribuiu para melhorar a aprendizagem e o desempenho dos alunos. Como você analisa esta questão?

Cérebro de pipoca

Pesquisadores detectam distorções, como a compulsão para se manter conectado, como um vício (Gilberto Dimenstein  -  Folha de São Paulo – 3/7/2011)

O GOOGLE anunciou recentemente um projeto para enfrentar o Facebook, disposto a reinventar a mídia social. (...)  Para alguns psicólogos americanos, esse tipo de disputa produz um efeito colateral: um distúrbio já batizado de "cérebro de pipoca".
Esse distúrbio é provocado pelo movimento caótico e constante de informações, exigindo que se executem simultaneamente várias tarefas. Por causa de alterações químicas cerebrais, a vítima passa a ter dificuldade de se concentrar em apenas um assunto e de lidar com coisas simples do cotidiano, como ler um livro, conversar com alguém sem interrupção ou dirigir sem falar ao celular. É como se as pessoas tivessem dentro da cabeça a agitação do milho explodindo no óleo quente.
A falta de foco gera entre os portadores do tal "cérebro de pipoca" um novo tipo de analfabetismo: o analfabetismo emocional, ou seja, a dificuldade de ler as emoções no rosto, na postura ou na voz dos indivíduos, o que torna complicado o relacionamento interpessoal.
Sou um tanto desconfiado de notícias alarmantes provocadas pelo surgimento de novas tecnologias. Toda ruptura desencadeia uma onda de nostalgia e de temores em relação ao futuro. Mas algumas pesquisas em torno do "cérebro de pipoca" merecem atenção por afetar o processo de aprendizagem. Uma delas foi realizada em Stanford, a universidade que, por ajudar a criar o Vale do Silício, na Califórnia, impulsionou a tecnologia da informação.
Neste ano, Clifford Nass, professor de psicologia social na Universidade Stanford, revelou num seminário sobre tecnologia da informação a pesquisa que fez com jovens que passam muitas horas por dia na internet, acostumados a tocar muitas tarefas ao mesmo tempo. Ele mostrou fotos com diversas expressões e pediu que os jovens identificassem as emoções. Constatou a dificuldade dos entrevistados. "Relacionamento é algo que se aprende lendo as emoções dos outros", afirma Nass. O problema, segundo ele, está tanto na falta de contato cara a cara com as pessoas como na dificuldade de manter o foco e verificar o que é relevante, percebendo sutilezas, o que exige atenção.
Os pesquisadores estão detectando há tempos uma série de distorções, como a compulsão para se manter conectado, semelhante a um vício. Trata-se de uma inquietude permanente, provocada pela sensação de que o outro, naquele momento, está fazendo algo mais interessante do que aquilo que se está fazendo. Tome o Facebook ou qualquer outra rede social. Chegaram a desenvolver um programa que envia para o celular da pessoa um aviso sempre que um amigo dela está se aproximando de onde ela está.
O estímulo, porém, começa no mercado de trabalho. Vemos nos anúncios de emprego uma demanda por pessoas que façam muitas coisas ao mesmo tempo. Mas o que Nass, o professor de Stanford, entre outros pesquisadores, defende é o contrário. Quem faz muitas tarefas ao mesmo tempo, condicionando seu cérebro, fica menos funcional. Não sabe perceber as emoções e trabalhar em equipe, não sabe focar o que é relevante e tem dificuldade de estabelecer um projeto que exige um mínimo de linearidade. Não sabe, em suma, diferenciar o valor das informações.
Não deixa de ser um pouco absurdo valorizar tanto os recursos tecnológicos que aproximam as pessoas virtualmente, mas que as afastam na vida real. Daí se entende, em parte, segundo os pesquisadores, por que, em todo o mundo, está explodindo o consumo de remédios de tarja preta para tratar males como a ansiedade e a hiperatividade.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Onze temas atuais que podem aparecer no ENEM/2011

Veja aqui o que a "Veja" indica como possíveis temas do ENEM/2011
(Note que alguns deles já foram previstos por vocês em nossas aulas do I Semestre/2011)

Ex-alunos falam de suas experiências





A presença de três ex-alunos do Colégio fez da nossa aula de hoje um momento especial. Na semana em que o Colégio Logosófico em Belo Horizonte, comemora seu 48o. aniversário (11/8/1963 - 11/8/2011), os ex alunos Igor Finelli (Enga. Elétrica - UFMG), Lilia Finelli (Direito - UFMG) e Stella Maria (Enga. Química - UFMG), relataram suas experiências de adaptação ao ambiente universitário, valorizaram o hábito de estudo aprendido ao longo dos anos que passaram no Colégio, incentivaram o planejamento da vida pessoal e acadêmica como forma de se organizar para dar conta das tarefas escolares e pessoais e destacaram o ambiente do Colégio como um valor fundamental no preparo para a vida. Com descontração, alegria e muito boa disposição, os três responderam às perguntas formuladas pela turma, evidenciando, também, como o Colégio contribuiu para sua capacitação na expressão do pensamento.